quinta-feira, outubro 18, 2007

Jorge Hopper e Betânia mandaram avisar - Josildo Sá e Paulo Moura

Pra quem gosta de samba delicado, bem feito e manifestado... vamos prestigiar a velha guarda do Rrrrrio de Janeiro...



SAMBA DE LATADA – JOSILDO SÁ E PAULO MOURA

A fórmula da parceria

Por Roberta Jansen e Halina Grynberg,

produção executiva do Samba de Latada

O que resta depois da preciosa leitura musical e da exclamação cheia de verve de Jose Teles, ouvindo o Cd Samba de Latada? “Não cheguei a perguntar aos dois como foi engendrada esta parceria, mas, seja lá como for, com certeza jogaram a fórmula fora. Pense num disco da porra!!!” (*)

Resta o segredo da formula. Ei-lo.

Um cabra arretado, rouca voz sertaneja, enxerido e turrão, o coração do tamanho do sertão pernambucano de onde brotou este monumento que é Josildo Sá, quis dar um cheiro na musicalidade iluminada de Paulo Moura. Ou seja, como já era enrabichado pela música do maestro, imbirrou que iam fazer algo juntos. Era 2002 quando o forrozeiro nascido em Tacaratu invadiu o hall do hotel em Recife com uma fita cassete nas mãos. Ali estava hospedado o maestro (a caminho do Festival de Inverno de Garanhuns). Vinha bem recomendado: Betânia e Jorge Hopper, refinada gente de Olinda, padrinhos desta futura parceria improvável, autorizaram o encontro. Na mesma noite foram juntos à Sala de Reboco, templo do forró, para ouvir o sanfoneiro Agostinho, pai de Josildo Sá. E tomaram gosto um pelo outro.

No ambiente mortiço e alagado de suor, o perfume da sensualidade dos casais grudados. E quando Josildo subiu ao palco para dar uma canja, Paulo Moura tocou-se, entendeu tudo. Enquanto a "Quixabinha" rolava solta no fraseado certeiro do cantor, o maestro imbuído de sua notória versatilidade, conclui: com uma pitada do tempero da minha gafieira carioca este samba de matuto pode ganhar o mundo.

Eis a fórmula: uma voz sertaneja, rouca, safada e pura no mesmo acorde, abraçando a experiência de um dos maiores músicos do mundo. Eis a parceria: a voz e a performance carismática de Josildo apoiada nos solos e nas harmonias cuidadosamente elaboradas pelo maestro clarinetista Paulo Moura e seu sopro. Contagiante, malemolente, a parceria é convite ao arrasta- pé. Revive o 'samba de latada' : samba, forró e o coco bordam o colorido do chitão sobre o extenso mapa do samba brasileiro.

A historia oficial não tem mistérios. As produtoras de cada um, Roberta Jansen e Halina Grynberg, deram corda solta. Em 2005 Josildo chamou Paulo para participar de suas três apresentações no carnaval de Recife de 2006: era dele o projeto Samba de Latada. O projeto obteve tanto sucesso de público e crítica que a dupla conseguiu patrocínio do Governo de Pernambuco, do Funcultura e da Companhia Hidro Elétrica do São Francisco (CHESF) para produzir o CD que agora é lançado nacionalmente pelo selo da gravadora Rob Digital, 2007. É a primeira vez que Paulo Moura faz parceria com algum cantor, parceria inusitada e que já vem dando muito orgulho e resultados:

O convite para o Tim Festival 2007, um dos maiores festivais de música das Américas;

Patrocínio da Chesf e Funcultura para a Turnê Nacional do Samba de Latada;

Onze shows agendados entre Rio de Janeiro e São Paulo, além de convites de diversas rádios, jornais e programas de TVs para entrevistas, como Rolando Bondrim e Chico Pinheiro da Globo News.

E como não poderia deixar de ser, toda essa turnê terá início em Recife, onde tudo começou, e de onde o Samba de Latada quer partir fortalecido e agradecido ao público e aos apoiadores deste projeto, uma forma de mostrar pro público nordestino, em primeira mão, o que será mostrado no resto do país. Isso é só o começo de uma bela e irresistível parceria, sob a trilha sonora do ritmo nordestino – forró – regado com pitadas de samba e gafieira cariocas, que toma fôlego em Recife para ganhar o mundo.

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