quarta-feira, maio 23, 2007

O divã

Tô numa fase de ouvir clássicos e bregas.
O clássico da questão não é música instrumental clássica, mas sim os cláaaaaasssicos do cancioneiro popular, das rodinhas de violão, dos assustados e é claro das festas de Natal da sua casa com toda a família.
Pegando carona na polêmica do livro do Rei Roberto Carlos e no case cheio de cds de mp3 do novo arte finalista da agência, fiz uma pastinha chamada Roberto The Best., com todos os sucessos da casa da minha mãe desde que eu me entendo de gente! Sim... tô lendo a biografia reprimida que meu pai comprou.


Rio Tinto - 1ª cidade em que era um pitoco de gente

Começa com Ana
A música mais fofa que um rapaz poderia ter feito para uma moça. Esqueça Ana Júlia, Luisa, Camila e Carolina.. "uôu uôu uôu Ana que saudades de você" é campeã!
"Toda essa vida errada
Que eu vivo até agora
Começou naquele dia
Quando você foi embora"
No meio tem Todos estão surdos.
O rei com a voz mais anasalada que nunca, com as frases maravilhosas, um suingue bom, imortalizadas por Chico Science e Nação Zumbi.
"Tanta gente se esqueceu
Que o amor só traz o bem
Que a covardia é surda
E só ouve o que convém"
Praia de Prazeres/ Piedade - Jaboatão dos Guararapes/PE.
Todas as férias estávamos aqui, sei lá quantos anos eu tinha.
Tem o clássico da lembrança de 5 anos de idade (ou sei lá quantos anos eu tinha de novo) - Quando as crianças sairem de férias.... menino, isso é muito infância e é muito Pai&Mãe.
"Quando as crianças saírem de férias
Talvez a gente possa então se amar
Um pouco mais"

E ainda tem a linda, linda mesmo - poesia, auto-biografia, melodia e emoção. O divã.
Cacá Teixeira há um tempão atras me despertou pra letra da música. Me mostrando que é aí que Roberto e Erasmo descrevem as tristezas e alegrias do cantor quando criança e do momento do acidente em que ele perdeu a perna.
Roberto Carlos - O Divã
Roberto Carlos - Erasmo Carlos

Relembro a casa com varanda
Muitas flores na janela
Minha mãe lá dentro dela
Me dizia num sorriso
Mas na lágrima um aviso
Pra que eu tivesse cuidado
Na partida pro futuro
Eu ainda era puro
Mas num beijo disse adeus.

Minha casa era modesta mas
eu estava seguro
Não tinha medo de nada
Não tinha medo de escuro
Não temia trovoada
Meus irmãos a minha volta
E meu pai sempre de volta
Trazia o suor no rosto
Nenhum dinheiro no bolso
Mas trazia esperança.

Essas recordações me matam
Essas recordações me matam
Essas recordações me matam
Por isso eu venho aqui.

Relembro bem a festa, o apito
E na multidão um grito
O sangue no linho branco
A paz de quem carregava
Em seus braços quem chorava
E no céu ainda olhava
E encontrava esperança
De um dia tão distante
Pelo menos por instantes
encontrar a paz sonhada.

Essas recordações me matam
Essas recordações me matam
Essas recordações me matam
Por isso eu venho aqui.

Eu venho aqui me deito e falo
Pra você que só escuta
Não entende a minha luta
Afinal, de que me queixo
São problemas superados
Mas o meu passado vive
Em tudo que eu faço agora
Ele está no meu presente
Mas eu apenas desabafo
Confusões da minha mente.
Essas recordações me matam

17 canções carregadas de nostalgia, do tempo em que eu era obrigada a ouvir o gosto dos seus pais...
Hoje eu faço igual a eles! 30 anos dá nisso.

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