sexta-feira, setembro 15, 2006

Fausto Fawcet

Cena 1: Moço o senhor tem Lafaiette ou o disco dos Incríveis?
Tem não moça, mas tem Roberto Carlos... pegue o banquinho e pode ficar a vontade viu?
Cena 2: Começo a passar os LP´s, um a um. No quarto disco, nem olho direito, só sorrio!!



Quando eu tinha 10 anos de idade tive sarampo e uma das recomendações médicas é repouso, então ficava na sala de casa, isolada do mundo ouvindo os discos do meu irmão. O repertório além do Trem da Alegria (pfff!!!) era Titãs – Jesus não tem dentes no país dos banguelas, Legião e Cure (não lembro os nomes do discos) e o melhor lançamento da época, Fausto Fawcett e os Robôs efêmeros.
Com ele tive meu primeiro contato com o rap – música falada, contando uma história com começo, meio e fim, letras que me questionavam, que me faziam ir no dicionário e revistas – Pentágono, OTAN, loura cicerone, Barata Ribeiro, queria saber o que era tudo aquilo, me deixava curiosa com o submundo carioca, enfim, acredito que foi a partir daí que tirei a idéia de ser veterinária da cabeça pra virar jornalista... Porque esse disco é um tratado sobre o mundo midiático e sobre o avanço das novas tecnologias (nem existia internet), além disso todo tipo de mulher é retratada aqui: louras misteriosas, Anne Stark, Tânia Miriam, gueixas vadias e Kátia Flávia... sim, esse é o disco que lançou Kátia Flávia nas rádios.
Era 1987.
Em 2006 eu compro um vinil de R$ 1,00 na calçada da Dantas Barreto - Centrão do Recife.

Vou ouvir muito de novo. Roda mundo.

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